sábado, 22 de junho de 2013

Copacabana - Bolívia

Sim, na Bolívia existe uma Copacabana, mas nada do nível carioca, a Copacabana da Bolívia é diferente e fica às margens do Titicaca. Chegamos a Copacabana pela fronteira entre o Peru e a Bolívia depois de uma longa viagem vindos de Cusco. A gente tava bem apressado pois quando chegamos na fronteira estava perto de fechar e nós em um engarrafamento muito louco, decidimos ir andando e chegamos poucos minutos antes da fronteira fechar, depois de todos os tramites e de uma van nós já estávamos em Copacabana. Chegamos a noite e em um período de festas e depois de muito tempo atrás de um albergue encontramos um hotel baratinho e fomos dormir para o primeiro dia de passeio.



Quando amanheceu olhei pela janela e pude ver a imensidão do Titicaca mas me decepcionei um pouco em relação a cidade, muito suja, principalmente perto do lago, às margens eram imundas o que me deixou triste, mas fazer o que, é o preço que se paga por ter grandes metrópoles perto de belezas naturais. Descemos pro porto para pegar o barco até a Isla del Sol e na rua havia um feira que fica o dia inteiro e acontece todos os dias. Lá vendem de tudo.



Íamos a Isla del Sol, que me falaram que era o local mais espetacular de toda a Bolívia e que transmitia uma energia incrível, pois segundo a lenda lá nasceram 2 deuses que no nosso mundo seriam igual a Adão e Eva, mas eu achei que foi uma ilha como qualquer outra, bem diferente mas nada que me surpreendesse. Pra chegar lá não é tão simples e pra mim e meus amigos não foi mesmo, compramos os bilhetes de barco, mas compramos no pior barco que tinha um verdinho chamado “Titicaca”, o mais barato saiu caro, nosso barco levou cerca de 2 horas num percurso que geralmente leva 40 minutos até a ilha, o bom é que conforme você se afasta das margens de Copacabana a água começa a ficar extremamente limpa. Chegando lá há 2 paradas, uma na parte norte e outra na parte sul.



A parte norte da ilha é bonita, mas nem tanto, a praia onde aportamos era bem sujinha e tinha muitos porcos. Nessa parte tem um pequeno vilarejo, mas bem simples mesmo e te dão a opção de ir caminhando até a parte sul ou esperar o barco ir para lá, para ir caminhando, lógico, você tinha que desembolsar mais “plata”, então esperamos o barco que saiu logo após o almoço. Algum tempo depois estávamos chegando na parte sul que tem mais estrutura e é mais bonita, tem barzinhos e até pequenas pousadas para quem quer se hospedar e ver o pôr do sol dali que dizem ser um dos mais bonitos, como estávamos sem tempo ficamos ali até o barco sair, e realmente é lindo, a água naquela parte tem uma coloração esmeralda linda. Na hora de voltar foram mais 2 horas mas dessa vez com mais adrenalina pois as ondas estavam grandes.





Chegando a Copacabana era hora de arrumar as coisas no hotel e sair para comer, mas antes podemos apreciar o pôr do sol da janela do hotel, e realmente o pôr do sol lá foi um dos mais belos que já vi, com muitas cores claras e tons mais escuros, fico imaginando se da ilha seria a mesma coisa ou mais bonito. Um pouco mais tarde fomos procurar um lugar para comer pois no outro dia cedo era hora de partir para La Paz.



Por causa da ilha e do Lago Titicaca a cidade é bem turística, então é fácil de encontrar barzinhos e restaurantes com preços bem baixos, alimentação é garantida. Apesar do pouco tempo e da “bagunça” que a cidade é eu gostei muito de conhecer.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

La Paz

Talvez você não tenha muito interesse, afinal, quem viaja pra La Paz na Bolívia? Bom, eu viajei e adorei. A princípio não tinha gostado, cheguei à cidade após uma jornada de 24 dias viajando e estava muito cansado. No ônibus com destino a La Paz parecia que a estrada não acabava nunca, até que depois de muito tempo se avista aquele “buraco”, isso mesmo, La Paz pode se considerar um buraco e eu não sei explicar muito bem, mas você chega a uma parte alta da cidade, como se fosse uma montanha ou um morro bem grande e lá de cima é possível avistar os prédios do centro da cidade lá em baixo e as casas e bairros ficam nos morros ao lado. De começo parece ser feia, ruas apertadas e prédios e casas sem acabamento, mas depois fui descobrindo aos poucos a sua beleza.


Como falei, cheguei a La Paz após uma jornada de 24 dias, logo já estava quase sem dinheiro e não pude fazer os famosos passeios que a cidade disponibiliza, somente fiquei curtindo a cidade. Após descer do ônibus em algum lugar que não era a rodoviária peguei um táxi e fui há uma das praças mais famosas da cidade, a Plaza Murillo, ali é como se fosse um dos centros da cidade e a principal praça de La Paz. Nela ficam algumas construções da cidade como o Parlamento da Bolívia e a Catedral da cidade e nas ruas ao lado estão os principais comércios, a principal delas é a Calle Comercio, uma rua apenas de pedestres que tem uma variedade de lojas, fast food locais, restaurantes e até uma feirinha que fica no meio da rua, ela se assemelha muito a Calle Florida em Buenos Aires. Na cidade é possível também conhecer a “Calle de lasBrujas” que é uma rua bem grandona cheia de lojas de todo quanto é tipo e no meio delas é comum ver lojas com artigos de feitiçaria. Um monte de tranqueira, e o que mais chama a atenção são os fetos de Lhamas empanados, algumas coisas são realmente medonhas, mas fora isso as outras lojas são bem legais. -

Pode ser que a cidade não agrade muitos turistas, La Paz não possui quase nenhuma estrutura então fica fácil de encontrar lixo no chão, ruas ruins e por ai vai, sem falar também da dificuldade que é para caminhar nas ruas de La Paz por causa da altitude. Por ser a capital mais alta do mundo o ar é muito rarefeito e a cidade tem muitas ladeiras, me lembro de que quando cheguei estava sem albergue e fui buscar um andando, quase morri sem ar, mas consegui, a dica é andar com calma e sem carregar peso e se puder andar de táxi melhor, é muito barato, e ainda o trânsito somente é intenso no centro, nas outras regiões e mais tranqüilo de se locomover.

Não tive como fazer os passeios locais mas lá tem muitos os mais famosos são o Downhill no Coroico e o Tiwanaku. O Downhill ou Estrada da Morte é um passeio que você faz de bicicleta numa estrada cercada de abismos, são 85km de percurso a mais de 4500 metros de altitude com uma decida até os 1200 metros em 5 horas. Já o Tiwanaku são as ruínas de uma cidade inca antiga que fica naquela região, o lugar já é considerado um importante sitio arqueológico pré-colombiano. Todos são muito legais e espero voltar lá para fazer!

Lá foi uma parte do país onde eu vi que a cultura boliviana é mais forte (claro né, a capital) é muito comum ver aquelas mulheres com traços bem indígenas de chapeuzinho, tranças e um vestido grande e colorido carregando alguma criança nas costas, o mesmo vale para os homens e são todos muito parecidos. La Paz com certeza foi uma das cidades mais marcantes que conheci, pode ter todos os defeitos mas é uma cidade bem aconchegante e espero profundamente voltar lá um dia.

sábado, 15 de junho de 2013

Machu Picchu por Santa Teresa

Esqueça toda essa baboseira de ir de trem, Trilha Inca ou Trilha Salkantay, agora eu vou te apresentar uma forma bem roots de se chegar lá e é de ônibus + van + táxi + caminhada, sejam bem vindos a "Rota Hidrelétrica".
Machu Picchu, a cidade Inca que não é mais tão perdida assim devido ao intenso fluxo de turistas todos os dias e agora com a propaganda feita pela nova novela da Globo o fluxo aumenta mais ainda. O sitio arqueológico é protegido e o limite de visitas por dia são de 400 pessoas, 200 na parte da manhã e 200 na parte da tarde, mas não vim aqui para falar de Machu Picchu mas sim de uma forma alternativa de se chegar até lá. Basicamente quem vai de mochilão quer economizar ao máximo porém conhecendo tudo, então essa é uma forma aceitável para um mochileiro.

Vamos dividir essa rota em 4 momentos para melhor explicar.

Momento 1 - Ônibus


O primeiro passo começa ainda em Cusco no Terminal Terrestre, esse é o nome da estação de ônibus da cidade, chegando lá você irá procurar ônibus que vão a cidade de Santa Maria, a passagem é bem barata e não tem mistério, o ideal é que você compre apenas a ida, pois para voltar você pode não chegar no horário. Essa viagem dura cerca de 6 horas em um ônibus bem "confortável", então é bom levar algo para comer, música para ouvir ou um livro para ler, apesar da paisagem ser de tirar o folego, com o passar do tempo se torna cansativo. Nessa viagem eu aconselho ir na janela, não só para fotografar mas é que nesse destino vão muitos nativos, até sentado no corredor do ônibus e em pé eles vão e alguns não tem um odor muito bom, se é que me entende, na verdade o trem fede mesmo e não há muito o que fazer, tem que aguentar, mas nada que vá destruir seu dia. Com o passar da viagem o ônibus vai parando em alguns lugares e sobe um monte de ambulante vendendo comida, eu não comprei porque fiquei com medo de uma disenteria, mas isso depende muito, em outros lugares comi comida de rua e não morri. Depois que o ônibus chega em Santa Maria dá até um alivio. Lembrando que Santa Maria é muito pequena e não tem algo que se possa chamar de "rodoviária" mas sim um terreno baldio, fique atento porque nele o motorista para e você tem que descer, se não descer o motorista segue viagem e você vai parar não sei aonde.

Momento 2 - Van

A segunda parte é a da Van. No lugar que o ônibus para já vai estar cheio de vans e carros que levam até a hidrelétrica, o valor também não é muito caro. Nessas vans cabem mais ou menos 8 pessoas mas elas vão com umas 15, todo mundo muito apertadinho passando pelos desfiladeiros, porque se cair, cai todo mundo juntos (risos), isso porque que a estrada de mão única de mais ou menos 1 hora e meia que leva até a hidrelétrica é na beira de um abismo, ou seja, muito perigoso, principalmente quando vem um carro na contra mão, como a estrada é de mão única as manobras para dois carros passarem são muito arriscadas, você provavelmente terá alguns mini ataques do coração quando olhar pro lado na janela e não ver terra firme, mas isso passa. Algumas vans vão direto a hidrelétrica e outras vão até a cidade de Santa Teresa e de lá deve-se tomar outra van até a hidrelétrica. Bom, depois de pegar a van e de provavelmente ter que empurra-la algumas vezes para pegar no tranco você chegará a hidrelétrica, lá vai ter um monte de vans e de turista que fazem o mesmo caminho, você vai assinar um livro de entrada e seguir o seu rumo a pé.

Momento 3 - Caminhada

A caminhada, bom ele é feito seguindo os trilhos do trem, foi o que eu fiz, mas 5 minutos de caminhada os trilhos acabavam... pronto, estava perdido, até que descobri que não são os trilhos da parte de baixo e sim os da parte de cima, isso porque você tem que subir um morro, até q alto e inclinado, para chegar nos trilhos que estão lá encima, para chegar lá não tem nenhuma placa de indicação, mas como tem muita gente fazendo essa rota o caminho já deve
estar marcado. Chegando na parte de cima você vai
caminhar até suas pernas andarem por conta própria, é uma paisagem bem bonita, na beira do rio Urubamba mas bem cansativa, até demais, do tipo de caminhada que você anda, anda e anda mas nunca chega. Nessa parte é bom ter cuidado com trem, afinal, você está caminhando na reta dele e também ficar atento a enchentes, ir em período de chuvas pode ser ruim, o rio Urubamba enche e cobre o caminho inteiro. Depois de umas 2 horas e meia você finalmente chega a Aguas Calientes e completa seu ciclo de 10 horas viajando que nem um louco. Depois que chegar em Aguas Calientes é só resolver os tramites para subir a Machu Picchu.

Momento 4 - A volta

Não achou que era só ir né, tem que voltar também. Nela você  vai fazer todo o caminho de volta pelos trilhos do trem até chegar na hidrelétrica, só de pensar em voltar aquilo tudo da uma preguiça mas a volta é bem mais rápido do que a ida. Quando chegar na hidrelétrica provavelmente não haverá nenhuma van ou carro, isso é quase certeza, pois as vans não esperam ali, no caso você tem que esperar ela trazer alguém e aproveitar para voltar junto. Assim que chegar uma você tem que pega-la para
não ficar ali no meio do nada perdendo tempo, essa van te leva até Santa Teresa ou Santa Maria, vai depender da boa vontade do motorista, mas seu destino final é Santa Maria pois é de lá que saem os transportes para Cusco. Chegando a "rodoviária" de Santa Maria provavelmente você não encontrará nenhum ônibus, pois eles só passam em determinados horários, mas vai haver muitas vans para Cusco e o jeito é voltar de van e lotada de gente. A volta de van normalmente era para demorar o mesmo tanto da ida, cerca de 6 horas, mas eu não sei como os motoristas conseguem estender a volta em até 10 horas, sério mesmo, quando estava voltando achei que não chegaria mais e já ficava enjoado naquelas estradas cheias de curvas. Depois de muitas horas de estrada você finalmente chegará há uma cidade e vai pensar que é Cusco mas não é, acho que eles fazem isso só pra enganar o povo, tem que rodar mais ainda até Cusco, onde geralmente o ponto final é a Plaza de Armas.

Resumindo bem é uma rota bem "sofrida" mas que eu não me arrependo nenhum pouco de ter feito e se voltar a Machu Picchu algum dia farei por essa rota novamente.


Machu por Santa Teresa é pra quem se recusou a pagar mais de US$70,00 pra pegar aquele trem sem graça.
Pra quem gosta de aventura e quase morreu do coração a cada abismo, deslizamento e/ou enchente no caminho!
Pra quem andou em vans como essa da foto, que não tinha 1ª marcha nem Ré.
Pra quem empurrou a van pra pegar no tranco.
Pra quem ficou com medo quando vinha um caminhão na estrada de mão única na beira do abismo.
Pra quem pegou Van que demorou mais de 15 horas num percurso que geralmente se gastaria 5 horas.

Pra quem tem história pra contar!

segunda-feira, 3 de junho de 2013

O que comer em um mochilão?

Viajar é ótimo mas comer é essencial e se tem uma coisa que todo mundo tem em comum é a vontade de comer bem em qualquer lugar. Ter uma boa alimentação acima de tudo garante que você não passe mal por desnutrição ou desidratação e acabe tornando uma viagem em um pesadelo, afinal, ninguém quer enfrentar os hospitais principalmente quando você não está no seu país. E para nós mochileiros que disponibilizamos de orçamento apertado, comer em lugares de luxo não é frequente, no meu caso, quando viajo eu abro exceção para comer realmente bem em apenas 1 lugar, o resto me viro procurando locais baratos ou cozinhando mesmo. Talvez esse post seja direcionado mais para o pessoal mochileiro, mas pode ser que você que faça viagens normais possa tirar algum proveito disso. Vamos há algumas dicas de alimentação mochileira com o "Nutricionista Leonardo".

Quando viajo para longe com orçamento apertado procuro sempre economizar para evitar perrengues futuros, começo antes de viajar, em casa mesmo costumo levar algumas guloseimas que não são proibidas de entrar em outros países, como biscoitos, macarrão instantâneo e produtos industrializados, que de começo podem não significar nada mas na hora do aperto aquele Trakinas vai te salvar. Uma boa dica também é no avião, aproveitar aquele lanche fraquinho das companhias aéreas, se não estiver com fome, pegue do mesmo jeito mas não vá comendo tudo, guarde pra depois, uma vez em Buenos Aires fiquei 15 horas no aeroporto e esse lanche me ajudou muito.

Outra dica também é aproveitar os albergues, a maioria oferece gratuitamente um rico café da manhã e já ajuda bastante, antes de começar aquele dia de caminhada e de passeios é bom ter a primeira alimentação bem reforçada, afinal o café da manhã é a base de tudo e uma das alimentações mais importantes do dia. Em casa eu não sou de tomar café da manhã mas quando estou viajando eu procuro caprichar ao máximo, mesmo que eu não esteja com fome eu sei que se eu não comer eu vou me dar mal lá na frente. A maioria dos albergues, aqui no Brasil mesmo e lá fora oferecem suco, pães, bolos, geleias, manteiga, biscoitos, café, leite, presunto, queijo e por ai vai. Uma dica também é que sempre que você sair levar consigo na mochila pequena algo para beliscar e enganar a fome, mas por favor, não vá levar nada da meda do café da manhã do albergue.

Não é sempre que eu almoço quando viajo, sempre procuro tomar um café reforçado e jantar, no lugar do almoço sempre levo algo para beliscar. Uma boa dica para evitar os preços abusivos dos restaurantes em lugares turísticos e você comprar algo para beliscar durante o dia, um salgado, uma empanada, biscoitos, suco, eu costumo aguentar sem nenhum problema assim o dia inteiro até a hora de jantar, mas claro, ninguém tem o metabolismo igual e passar 12 horas andando pode ser cruel,  ai vale uma pesquisada em restaurantes menos turísticos, dar uma olhada no prato do dia, que geralmente é acompanhado de uma entrada, prato principal e sobre mesa e costuma ser mais barato, a bebida é a parte. Outro local comum também para comer é o Mercado Municipal da cidade, a maioria tem, é como se fosse uma feira gigante e lá tem vários pequenos restaurantes com preços muito acessíveis, mas nessa situação é bom ver a higiene do local para não ficar com uma disenteria, mas até hoje não conheço ninguém que morreu por comer no mercado.

A mesa dica vale para aquele lanche da tarde, às vezes comer só biscoito pode enjoar, você tem várias opções, a mais barata é comprar pão de forma, salame ou presunto e queijo no mercado e voilá, você terá ai lanche para uns 4 ou 5 dias, isso é o que eu faço e vocês não imaginam o quão econômico é, você pode comer na praça, sentado em um banco com bastante calma e ao ar livre, sem todo aquele barulho de restaurante e cheiro de comida misturada. Mas caso não goste, vale a mesma dica do almoço, procure lugares mais acessíveis, nada de pedir aqueles doces e tortas caríssimas, comer uma pizza ou um salgado com um suco ou refrigerante também é uma boa pedida.

No jantar, não só eu, mas a maioria dos mochileiros nos albergues costumam cozinhar, isso mesmo, diferentemente do hotel, o albergue te oferece o uso da cozinha gratuitamente, nesse caso você pode comprar aqueles ingredientes necessários para a sua macarronada a la viajante e fazer um belo de um banquete, como eu costumo levar macarrão, já economizo na compra do mercado levando apenas os temperos ou alguma carne pra misturar, pode não ser dos melhores mas é uma boa, ah e sempre que usar  cozinha é bom lavar o que sujou, não é obrigatório em alguns albergues mas é questão de senso. Se sobrar algum ingrediente você pode guarda-lo na geladeira sem problemas, mas como é tudo coletivo vale colocar seu nome no alimento para identificar que já tem dono, produtos sem nomes são facilmente usados por outros. O único problema de cozinhar no albergue é que em certa hora a cozinha enche, quase como um horário de pico, todo mundo quer fazer comida ao mesmo tempo e quando há apenas uma pia e um fogão as coisas podem ficar um pouco apertadas e você ter que esperar, se tiver viajando sozinho isso pode ocorrer muito nos fins de semana quando aquele grupo de 17 coreanos decidem fazer um banquete e você fica ali esperando por horas, se isso ocorrer vale fazer aquele CupNoodles rapidinho ou mesmo sair na cidade para procurar comida barata, as mais em contas são as massas, macarronadas, lasanhas e pizzas.

Vale também aproveitar os passeios turísticos, boa parte dos passeios podem incluir ao menos uma refeição, o que ajuda bastante a economizar. Vai depender muito do passeio, tours de um dia podem incluir um lanche normal, suco, água, sanduíche e algum doce, já os passeios de mais de um dia já incluem toda a alimentação como café, almoço e jantar. Esse prato ai do lado foi do tour no Salar de Uyuni que fiz, era um tour de 3 dias com toda comida inclusa, café da manhã básico, almoço com grãos bolivianos muito parecido com arroz, carne de lhama e macarrão, e durante a noite era servido uma sopa e um chá com biscoitos, nada de muito luxuoso mas suficiente.

Ah e como eu falei mais a cima, sempre abro aquelas exceções par aqueles pratos chiques no máximo 1 vez por viagem, afinal, é algo que talvez eu não coma nunca mais na vida então eu não vejo problema, mesmo que você seja um mochileiro, em ao menos 1 vez na vida e por viagem desembolsar aquela quantia para comer algo gostoso. A minha última aquisição foi esse meu amiguinho ai da foto ao lado, o nome disse é Centolla e é um caranguejo gigante que vive nas profundezas dos mares austrais, muito encontrado na região do Estreito de Magalhães e isso é iguaria na Patagônia, ai eu me pergunto, vou a  Patagônia e não vou comer uma Centolla? Claro que não né. Minha dica é, esses pratos chiques e caros geralmente vem em grandes porções, então se você dividir o valor com seu grupo de mochileiros pode sair bem mais barato, essa Centolla por exemplo dá para umas 5 pessoas comerem.

Ah mas também existem as roubadas né, um restaurante que você entra, pensa que é uma coisa, mas na verdade é outra completamente diferente, isso ocorreu 2 vezes comigo mas a pior foi em um restaurante em Arequipa no Peru, se o pessoal que estava comigo ver isso com certeza vai rir. O nome dessa belezinha verde ai do lado é Aguadito, não sei o que pode ser isso, se parece muito de longe com uma Canja de Galinha, é como se fosse uma sopa verde com pedaços de frango dentro e alguns grãos de macarrão pene que veio acompanhado de uma salada murcha e uma batata frita ensopada de gordura. Bom eu comi porque quando se esta com fome e pouco dinheiro é melhor comer o que tem. Me pareceu meio estranho, alguns pedaços de frango pareciam estar cru, era uma sopa de salmonela, mas as pessoas da mesa do lado estavam se deliciando com a iguaria, tentamos até questionar com a moça do restaurante mas sem sucesso, o jeito foi comer, para algumas horas depois me encontrar no banheiro do terminal rodoviário com uma baita dor de barriga, e sério, vocês nunca vão querer estar em um banheiro de terminal rodoviário peruano. O tal do Aguadito tava mais pra Esgotito.

Outra dica minha é o seguinte, costumo economizar no começo da viagem, quando vai chegando no final e eu vejo que vai sobrar dinheiro eu procuro das uma relaxada e ir a restaurantes medianos para comer um pouco melhor, tudo bem que o prato ao lado não faz o meu estilo, mas essa coxa de frango estava muito suculenta. Bom falei muito de comida mas e de bebida eu não falei nada, vamos lá, existe apenas 1 item líquido que você precisa levar, e eu nem preciso falar muito né que acho que vocês já sabem, isso mesmo é a água, sem isso você pode comer quantas Centollas você quiser que vai continuar mal. A água além de ajudar na hidratação se bebida em grande quantidade ajuda a eliminar infecções do corpo, eu costumo a levar comigo quando estou sozinho 2 garrafas de 2 litros ou quando estou em grupo 2 garrafões de 5 litros, parece grande mas não é nenhum incomodo de carregar.

E você, quando viaja ou mochila por ai o que costuma comer?